Caravan 1976 e Omega 1994 - Encontro de gerações
Uma dupla inédita que iluminou o Raid da Liberdade foram os Karmann Ghia de Nelson Gomes e Marcus Coelho; os Karmann Ghia são esportivos com um charme atemporal que, associado à mecânica do Fusca, fazem deles uma ótima escolha para rallyes. Especialmente no caso do modelo 1968 Amarelo Margarida de Marcus, um dos 177 conversíveis originais de fábrica feitos no Brasil, que, em impecável estado, levou para casa o Troféu Melhor Nacional, junto com um ótimo quarto lugar na classificação.
Opalas e Mercedes disputaram o título de veículo com maior presença no raid; foram seis veteranos da Chevrolet (mais um Omega e uma Veraneio) contra cinco da marca alemã. E, em meio a essa esquadra de gravatinhas e estrelas de três pontas, dois italianos que fazem sorrir qualquer entusiasta da automóveis, uma Alfa Romeo GTV 1974 e uma Alfa Romeo 164 1995. Em estado de concurso, a GTV levou indiscutivelmente o Best of Show desse evento, tendo sido a terceira Alfinha a conquistar esse troféu. Dois Dojões, um Puma, um raro Morris 1968, um simpático Oggi, clássicos dos anos 90 e os onipresentes VW completaram a festa.
Outro carro com vocação para Rally, o Puma GTE da dupla Gustavo/Mariella não decepcionou e faturou o segundo lugar
Pela quinta vez consecutiva, a imbatível dupla Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes faturou o lugar mais alto do pódio, dessa vez com um belo Gol GTi 1995, o primeiro GTi "bolinha", ainda com motor 8V. Aliás, é incrível como esses GTi de segunda geração já se tornaram raros! Chamou muita atenção por onde passou. Depois de pouco mais de 3h de prova, o pódio ficou assim:
O GTi campeão; já aceitos como altamente colecionáveis, os GTi "Bolinha" estão cada vez mais raros nas ruas
1 - Volkswagen Gol GTi 1995 - Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes
2 - Puma GTE 1974 - Gustavo Brasil e Mariella Moia
3 - Chevrolet Caravan 1976 - Luís Augusto Malta e André Dias
4 - Volkswagen Karmann Ghia 1500 Conversível 1968 - Marcus Coelho e Luís Roberto Coelho
5 - Mercedes-Benz 500 SE 1981 - Lamy Miranda e Igor Miranda
Repetindo a façanha de 2018, Guilherme Almeida saiu de Montes Claros na véspera do Raid, enfrentou problemas na estrada e chegou em BH poucas horas antes da largada com sua Veraneio 1969. Tão espírito esportivo quanto isso foi Guilherme Machado, interrompendo a prova no seu Charger R/T para trocar uma mangueira do Dart do Alexandre Carneiro - incrivelmente, o Guilherme tinha uma mangueira sobressalente! Como a coleção dele de troféus do CVA já é bem grande, o troféu Espírito Esportivo foi mesmo para a Veraneio.
O Troféu Batom, que reconhece a presença das mulheres mais assíduas e entusiasmadas das provas do CVA, dessa vez foi para Helga Vieira, veterana navegadora do marido Adriano Rocha na "furiosa", como é carinhosamente chamada a Caravan 4100 1977 da dupla.
Mas, o grande nome da prova foi mesmo André Dias que, com apenas 9 anos de idade, fez uma navegação impecável, garantindo o terceiro lugar geral para Luís Augusto Malta e a Caravan 1976. O desempenho da dupla foi tão consistente que, se não houvesse descarte dos cinco piores PCs, teriam chegado na frente do GTi dos campeões Rodrigo e Marcel. O pequeno Dedé mal podia acreditar na sua façanha ao faturar dois troféus - terceiro lugar geral e melhor navegador-mirim.
Outra Caravan, a que revelou o talento do pequeno André para navegação
E assim, na penúltima semana do ano mais bizarro das últimas décadas, conseguimos deixar a marca do CVA e não deixar passar em branco. Até a próxima!
Para fechar a galeria de fotos com chave de ouro, a linda Alfa GTV Best of Show
Aqui, o resultado geral da prova e aqui as fotos oficiais do evento e as fotos dos competidores.